A tecnologia deixou de ser um diferencial para se tornar uma peça central na operação das empresas de alimentação coletiva. Essa foi a mensagem reforçada na 3ª edição do Seminário, que reuniu especialistas para discutir como automação, sistemas e inteligência de dados estão redefinindo as cozinhas industriais.
Gustavo Galegale, CTO da Hytag, apresentou o painel sobre o uso da tecnologia, reforçando que apesar de sua presença crescente no setor, ainda está aquém do potencial. Segundo ele, é comum encontrar nesse mercado empresas com plataformas que não conversam entre si, dados fragmentados e recursos que poderiam ser mais bem utilizados. “Se a estratégia de TI da empresa é a mesma do ano passado, algo está errado”, provoca.
Hoje, eficiência não é sinônimo de ter mais ferramentas, mas de usar bem as que já existem. Mesmo com orçamentos apertados, o setor tem condição de avançar de maneira consistente. O desafio é estrutural: integrar operações, dar visibilidade à cadeia, melhorar a governança de dados e promover, de fato, uma mudança organizacional.
Galegale destacou um ponto crítico: a baixa utilização da tecnologia na tomada de decisão. O setor ainda carece de dados confiáveis para prever demandas, ajustar compras, recalcular rotas de entrega ou antecipar oscilações de consumo. Em um ambiente sensível a custos, isso faz diferença direta nos resultados. “Tecnologia não deve ser tratada como custo, mas como investimento”, reforçou.
O painel também reforçou que a adoção tecnológica exige gestão ativa. Não basta adquirir sistemas, é necessário treinar equipes, revisar processos e integrar lideranças.
Para além do uso de dados, a transformação tecnológica também chegou nos produtos. Fornos inteligentes, sensores, sistemas de monitoramento e equipamentos conectados já começam a transformar a rotina operacional. Entre os expositores, estava a Unox, que apresentou o Cheftop-X, forno combinado com reconhecimento automático dos alimentos por leitura ótica, conectividade total e monitoramento remoto.

Cheftop-X, primeiro forno combinado do mundo que faz uso de Inteligência Artificial.
Equipamentos assim reduzem desperdício, qualificam o trabalho da equipe e ampliam a consistência da produção. Da compra ao prato servido, a tecnologia cria um ciclo virtuoso: menos retrabalho, mais eficiência e decisões mais claras.
A mensagem central do seminário é clara: a tecnologia é aliada do negócio de ponta a ponta. Ela qualifica pessoas, apoia operações e amplia resultados. Em um setor que alimenta milhões diariamente e opera com margens sensíveis, ignorar essa realidade não é uma opção.
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