A 3ª edição do Seminário ABERC veio para comprovar que já faz parte da agenda anual do nosso setor. Neste ano, o evento reuniu mais de 1.000 participantes de maneira híbrida e confirmou a relevância crescente do nosso mercado que, apesar de ser relativamente jovem (cerca de 50 anos), já ocupa um papel essencial na rotina do país. Hoje, a alimentação coletiva movimenta mais de R$ 21 bilhões por ano, emprega 350 mil profissionais e é responsável por 37 milhões de refeições diariamente.

O setor evoluiu de maneira significativa na última década, especialmente em eficiência operacional e gestão de custos. Mas os próximos anos tendem a ser desafiadores. O cenário político e econômico até 2026 deve trazer instabilidades que alcançarão diretamente as empresas do segmento.

Nesse contexto, entendemos que não há mais espaço para práticas antigas. A complexidade atual exige visão crítica, capacidade de adaptação e revisão constante de processos. Como associação, nosso papel é contribuir para que as empresas enfrentem esse cenário com mais preparo e clareza, mitigando riscos e fortalecendo a tomada de decisão.

Um dos pontos centrais desse debate é a valorização das pessoas. O setor convive com dificuldades conhecidas na atração e retenção de talentos, especialmente nas funções operacionais. Tecnologias, equipamentos modernos e processos automatizados já fazem parte das cozinhas industriais e tendem a expandir. Eles trazem ganhos reais de produtividade, segurança e padronização, mas não substituem um aspecto fundamental: o trabalho humano.

É por isso que defendemos que a valorização comece de dentro para fora. Não basta buscar soluções externas se não houver um compromisso consistente com formação, condições adequadas de trabalho e reconhecimento. A evolução tecnológica só se concretiza quando acompanhada de investimento em qualificação e de um ambiente que respeite e dê perspectiva aos profissionais.

Outro ponto importante é a conexão com as lideranças. O setor precisa que seus gestores estejam alinhados com as mudanças, abertos ao novo e atentos às necessidades de suas equipes.

O Seminário ABERC reforçou esses direcionamentos. Devemos reconhecer os avanços do mercado e encarar o que ainda pode e deve ser feito. O futuro da alimentação coletiva depende da capacidade das empresas de se modernizar, incorporar novas tecnologias e, acima de tudo, valorizar as pessoas que fazem o setor funcionar todos os dias, levando energia para milhões de brasileiros.

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